29 de mai. de 2003

Você não passa de um dromedário otário

"Assim que saiu do conforto do lar decidida a ganhar o mundo, a bela inglesa Elizabeth Glowdown sabia que perigos cruzariam seu caminho, mas não imaginava que seria a escolhida do sultão do Alfajorquistão, Ali Al Kaput, e que o perigo teria olhos mais negros que as profundezas do espaço e se chamaria Enfi Balahaus, o vizir. Elizabeth nunca pensou que, na véspera de seu casamento com Al Kaput, seria acordada tarde da noite por Balahaus, completamente bêbado, abrindo a porta de seu quarto.

- O que queres aqui? – perguntou Elizabeth, cobrindo-se com o leçol.
- Quero vinho. Sei guardas bebidas aqui, mulher – disse Balahaus.
- Achas que meu quarto é botequim, vizir? Meu vinho acabou ontem. Não há bebida alguma aqui, sr. Balahaus – disse Elizabeth.
- Chame-me Enfi. Somos amigos, não? – sorriu Balahaus.

À medida que Balahaus se aproximava, Elizabeth Glowdown sentia seu coração bater mais forte. Ela sabia que se fosse pega com outro homem em seus aposentos teria sua língua arrancada, os olhos furados, os dedos apertados por um alicate de pressão, o pé direito enfiado no liqüidificador Wallita e o pé esquerdo devorado por formigas. E isso porque o sultão era um boa-praça! Mas, mesmo sabendo da punição, ela queria a presença de Enfi Balahaus em seus aposentos. Desejava aquele corpo queimado do sol do deserto, desejava passar horas passando Kérastase na longa barba negra de Balahaus... mas não podia. Ela deveria permanecer intacta, virgem.

- Não, não somos amigos. E saia do meu quarto – disse Elizabeth, decidida.
- Ninguém me escorraça e sai vivo, mulher! – grunhiu Balahaus, sacando sua cimitarra.

Elizabeth tentou lutar, mas Balahaus cobriu-lhe a boca com as mãos. A ponta da cimitarra abriu suas vestes, revelando aos olhos de Balahaus a alva nudez da inglesa. Nunca Enfi Balahaus havia contemplado tamanha beleza. Elizabeth sentia arrepios de prazer nos pontos tocados pelo aço gelado da cimitarra de Balahaus.

- Der-me-ás teu vinho, mulher? – perguntou Balahaus.
- Já disse que não tenho vinho algum, vizir – respondeu Elizabeth, em êxtase.

Enfurecido, Balahaus tirou suas vestes e encaixou-se entre as pernas de Elizabeth, encostando com força a lâmina da cimitarra no pescoço da donzela. O vizir apertou o punho da arma enquanto ajeitava seu sexo contra o sexo de Elizabeth.

- Vais morrer sem honra por mentir para mim, cadela – rosnou Balahaus.
- Não! Solte-me, por favor! – choramingou Elizabeth.
- Então responda-me: acabou o vinho ou ainda há mais?
- Enfi, há mais. Enfi, há mais! – desesperou-se Elizabeth.
- Rameira!!! – gritou Balahaus, esbofeteando Elizabeth".

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