28 de fev. de 2005

Yeah yeah yeah no Alalaô

"Quando a bela professora americana Paula Balter decidiu lecionar inglês no clima tropical brasileiro, não imaginava que acabaria trabalhando em uma escola de samba, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Timólei-Mólei do Oeste. Paula achava fácil explicar gramática aos ritmistas, mas tinha uma enorme dificuldade em tirar seus belos olhos verdes da pele morena de Mestre Bengala, o mestre da bateria da escola. Aliás, não era só da pele: era difícil resistir aos olhos castanhos, aos lábios carnudos, ao peito cabeludo exposto pela camisa aberta. Quando estava perto do percussionista, a americana sentia calores que nada tinham a ver com o clima brasileiro. E o calor aumentou quando a professorinha chegou na quadra da escola e não encontrou ninguém.

- Ué, onde estão todos? - indagou a professora, colocando os livros em cima da bancada do bar da quadra.
- Tá todo mundo na rua, fessora. - Bengala saiu de dentro do bar, com uma garrafa de cerveja e dois copos de geléia na mão.
- Como assim eles estão na rua, mr. Bengala? - disse a professora, ajeitando discretamente a roupa.
- Hoje é o ensaio na avenida. Eu fiquei aqui porque tinha que levar um lero com a vossa senhoria sobre as tais de tag questions, compreende? - disse o músico, servindo os copos.

O coração de Paula disparou. Estar tão próxima do mestre de bateria da Unidos de Vila Timólei-Mólei do Oeste fazia com que a professora sentisse o ar faltar em seus pulmões. Precisava respira, precisava de ar. Abriu um dos botões da blusa.

- Que bela comissão de frente - disse o percursionista, após beber um gole da cerveja.

Não conseguindo mais resistir aos impulsos de sua paixão, Paula agarrou Mestre Bengala pela grossa corrente de ouro que adornava seu pescoço e o beijou ardentemente. Agarrava-se ao corpo do brasileiro como se sua vida dependesse daquele beijo, daqueles lábios.

- Eu tava falando do pôster do desfile de 1987, mas já que a madame levou pra esse lado... - disse o músico, abrindo a blusa de Paula.
- Cala a boca e me beija, mr. Bengala - disse a moça, entre gemidos.
- Uau, que pandeirão! - disse o percussionista, livrando Paula de suas roupas.

Paula e Mestre Bengala deixaram-se levar pelo desejo e, deitados na quadra da escola de samba, renderam-se à libido. O suor escorria por seus corpos e gemidos escapavam por seus lábios, ao som do tilintar das pulseiras e correntes de ouro do ritmista.
- Oh, lord! Oh, lord! Mais rápido, mr. Bengala, mais rápido! - Paula gritou, entre gemidos.
- Não entendi nada do que a senhora disse, mas eu nunca perco a cadência, madame - respondeu o músico, com indignação".

27 de jan. de 2005

Nas profundezas do Ártico

“Ivana Gosperoff conhecia cada milha do oceano Ártico e era conhecida por ser mais fria do que as águas do oceano polar. Com seus belos e gélidos olhos azuis, a capitã-tenente Gosperoff comandava a tripulação do Camarada Lênin, o submarino nuclear que patrulhava o norte da Rússia, guardando a fronteira com a Suécia. Seu ar sério rivalizava apenas com sua beleza. Por mais que os marinheiros do Camarada Lênin cobiçassem tocar o belo corpo alvo de Ivana ou acariciar seus cabelos negros como o caviar Beluga, ninguém se atrevia a se aproxima mais do que dois passos de distância dela, pois sabiam que podia ser a última vez que sentiriam a mão no fim do antebraço. Quase ninguém, pois havia Yuri Nigarov, com seu rosto endurecido pela guerra. Yuri era um almirante e fora destituído do posto de comandante do Camarada Lênin após um ataque equivocado que resultou na morte de 2.000 pessoas que faziam um cruzeiro gay pelo Ártico. Mesmo perdendo o cargo para Ivana, Yuri era o único que ousava questionar as ordens da nova comandante do Camarada Lênin. E não foi muito diferente quando um barco de pesca foi detectado pelo radar do submarino.

- Devemos afundá-los! – berrou Yuri, entrando na sala de comando.
- É apenas um barco de pesca – disse Ivana, com frieza.
- É uma armadilha daqueles malditos americanos – rugiu o militar.
- Sem ofensas, almirante, mas este é o meu submarino e eu não vou afundar um barco de pesca por causa dessa sua paranóia – Ivana falou, olhando nos olhos duros de Yuri.
- Não sou paranóico! Os malditos americanos mataram minha família em um ataque marítimo e jurei nunca mais permitir que isso aconteça! – Yuri falou baixo.
- Pela milésima vez, almirante: não foi um ataque, foi uma fatalidade. O senhor acha que alguém ia atacar a nossa costa com uma pirâmide de esquiadores aquáticos? – Ivana disse, ajeitando o quepe. – Não vamos afundá-los.
- Pois eu vou torpedeá-los pessoalmente! – Yuri gritou e correu para a sala de torpedos.

Ivana perseguiu Yuri até a sala de torpedos. Temia que o almirante afundasse o pesqueiro e causasse um incidente diplomático. Quando Yuri afundou o cruzeiro gay, as relações entre Rússia e Argentina ficaram estremecidas. Na época, Yuri era o comandante e ela apenas o imediato. Mas hoje Ivana era a comandante e não seria culpada por um escândalo internacional. Impediria Yuri a qualquer custo.

- Parado, almirante – Ivana disse, com a pistola fora do coldre, apontada para Yuri.
- Você não ousaria – Yuri falou, após carregar o lançador de torpedos. – Você acha que pode atirar no homem que você ama? – disse, rindo.
- Você devia parar com a vodka, almirante – Ivana disse, engatilhando a arma.
- Pois eu a desafio a atirar – Yuri puxou o braço de Ivana e a beijou.

Ivana não ofereceu resistência. Durante anos, desejou Yuri e agora, naquela apertada sala de torpedos, realizava seu sonho de estar entre os braços do almirante russo. Suas mãos agarraram-se à farda do militar, enquanto os lábios de Yuri beijavam o pescoço da bela russa. Seus corpos suavam, entregues ao calor da paixão.

- No meu submarino eu dou as ordens – sussurrou Ivana.
- E quais são as suas ordens, comandante? – Yuri disse, enquanto beijava Ivana.
- Subir periscópio – Ivana sussurrou, entre gemidos”.

26 de dez. de 2004

No colo do Bom Velhinho

"Crystal Thompson, que já chamava a atenção das pessoas que cruzavam com ela no corredor de ofertas da grande loja de brinquedos onde trabalhava quando usava seu uniforme habitual, passou a ser muito mais notada quando o gerente da loja a fez usar uma roupa de ajudante de Papai Noel que valorizava muito mais do que seus belos olhos azuis. Nunca a Toys For Good Boys ficou tão cheia em seus 80 anos de existência. Mas não eram os olhares gulosos dos homens que a incomodava: a ausência de Larry Schmidt era imperdoável, já que ele era o Papai Noel e as crianças estavam começando a se impacientar. Crystal já estava se vendo amarrada à grande bengala doce que haviam posto no centro da loja, rodeada de crianças vestidas de índio quando Larry surgiu, vestido de Papai Noel. O olhar de alegria desapareceu do rosto da moça quando o hálito de Larry invadiu a loja. Estava bêbado de novo.

- Alalaô-ôôô-ôôô! Cheguei, putada! - gritou Larry, com os braços abertos sobre a cabeça.
- Que mané alalaô, Larry! Você está louco? - sibilou Crystal.
- Ué? Não é Carnaval - Larry perguntou, levantando a sobrancelha.
- Natal! - Crystal disse, impedindo a queda de uma caixa de boneca que Larry esbarrou.
- Natal? Putz, eu vim parar mesmo no norte do Brasil? Tenho que parar de beber... - suspirou.

Crystal tinha que dar um jeito naquela situação. Não poderia deixar que Larry fosse de encontro às crianças e não podia mandá-lo embora ou a loja seria destruída pelos infantes. Puxando Larry pelo braço, Crystal rumou para o banheiro dos funcionários e abriu a água do chuveiro. "Um bom banho frio vai curar este porre", pensou a moça, enquanto descalçava as botas de couro dos pés do bêbado.

- Tire a roupa, Larry - Crystal disse, seca. - Dispa-se e entre no box.
- Não sem o meu patinho de borracha - Larry balançou o dedo indicador.
- Anda, Larry... entra no box - a vendedora empurrou o bêbado em direção ao chuveiro.
- Se eu não vou apertar o meu patinho, então vou apertar você - Larry puxou-a pelo braço e a beijou.

Crystal tentou reagir, mas logo se entregou aos beijos de Larry. As mãos do rapaz passeavam pelas costas da moça e, ao alcançaram as nádegas de Crystal, apertaram-nas com força. Crystal agarrou-se aos cabelos de Larry, que abriu a válvula, deixando que a água corresse sobre os corpos nus do casal. Entre urros e gemidos ambos chegaram ao clímax quando o gerente da loja abriu abruptamente a porta do banheiro.

- Que pouca vergonha é essa na minha loja? - berrou o gerente, com as mãos no quadril.
- Sabia que eu devia ter amarrado melhor os veadinhos no trenó... - suspirou Larry".

29 de nov. de 2004

Show de Rock & Roll

"Jessica Finnerglow costumava dizer que apenas duas coisas no mundo poderiam fazê-la perder a cabeça: uma guilhotina e um show dos Butt Kickers, a banda de heavy metal mais pesada de todos os tempos. Jéssica era a maior fã da banda, tendo seu quarto decorado com pôsteres do grupo e uma tatuagem do rosto dos integrantes em suas nádegas, onde era possíve ler 'please kick me, guys'. E como era de se esperar, Jessica era a primeira da fila para comprar ingressos do megashow de sua banda favorita. O que não era de se esperar era Jéssica encontrar com seus Butt Kicker preferido, o baterista J. T. Bones, caminhando despreocupadamente pela calçada da casa de shows.

- J.T. Bones? É você mesmo? – perguntou a moça, com os olhos arregalados.
- Olha, eu não posso dar autógrafos agora – disse o rapaz, sem sequer olhar nos olhos de Jessica.
- Não precisa, não precisa. Eu posso encostar em você ou pegar um fio do seu cabelo ou talvez respirar perto de você? – Jessica estava eufórica. Seus olhos verdes faiscavam.
- Escuta aqui, menina: faltam 20 minutos para a passagem de som começar e eu estou com fome – resmungou o metaleiro. – E o meu assistente é tão burro que nem consegue achar um simples...
- Sanduíche de fígado de frango com mostarda escura, no pão de forma cortado em forma de estrela? – perguntou a moça, oferecendo ao músico um saco de papel pardo.
- Isso mesmo! – espantou-se o rapaz, pegando o lanche. Olhou então para Jéssica e achou-a bonita. O cabelo pintado de roxo combinava muito com ela.
- Como é seu nome, menina? – perguntou o baterista, mordendo o sanduíche.
- Jéssica. J. T. Bones perguntou meu nome, ele perguntou meu nome – Jessica guinchava, enquanto dava pulinhos em torno do rapaz.
- Legal. Você quer ir ao meu camarim? – Bones disse, limpando a boca com a manga da camisa.

Caminharam para dentro da casa de shows. Jessica estava encantada com os bastidores daquela grande produção e tudo a fazia sorrir: os holofotes, os amplificadores, os funcionários que tentavam contar a moça que corria pelada em direção aos camarins. Tudo era mágico!

- É aqui que eu espero o show começar – disse Bones, abrindo a porta do camarim.
- Uau! Tem geladeira, televisão, DVD, cama de casal... e uma bateria! – Jessica arregalou os olhos verdes. – Eu adoraria ver você tocando.
- Mesmo? Então saca só – disse o rapaz, deixando que a calça rasgada deslizasse até o chão.

A menina não sabia se ficava ou se ia embora, mas Bones não a deu opção. Puxou-a pelas mãos e a beijou intensamente. Não houve resistência por parte de Jessica, pelo contrário: suas mãos acariciavam os longos cabelos azuis do roqueiro e sua língua explorava ao máximo a boca do rapaz. Bones abriu a blusa de Jessica, enquanto seus corpos deitavam-se sobre os lençóis tigrados.

- Confesso que nunca vi tons tão perfeitos – Bones sussurrou no ouvido de Jessica.
- Mas com essa baquetinha você não tirar som nenhum deles – disse a moça, pegando a bolsa e saindo do camarim."

25 de out. de 2004

Barrados no baile

"Donna Washnoom acordou com fagulhas em seus belos olhos azuis: era seu aniversário de 16 anos. O dia estava lindo, as borboletas voavam pelo belo jardim da casa dos Washroons, tudo estava perfeito como deveria ser. A jovem moça levantou-se e começou a dobrar a roupa de cama valsando com os lençóis, sonhando com sua grande festa, onde dançaria com o bonitão Jason Valmore. Jason era o rapaz por quem todas as meninas do colégio Stonebridge suspiravam: além de ter sido agraciado pela natureza com longos cabelos louros e belos olhos verdes, Jason também era o quarterback do time de futebol do colégio. E naquela noite, Jason seria todinho dela.

Donna desceu para tomar seu desjejum, mas encontrou um bilhete de seus pais avisando que haviam ido ao shopping center acertar os últimos preparativos para a festa. Após servir-se de uma torrada e de uma fatia de queijo branco, Donna resolveu voltar ao seu quarto e ensaiar a nova coreografia – afinal uma líder de torcida tem que ser a melhor das cheerleaders. Quando começou a fazer seu alongamento, Donna ouviu um barulho em sua janela, como se uma pedrinha batesse em sua janela.

- Malditos moleques! – esbravejou a menina, colocando a cabeça para fora da janela.
- Psiu, aqui em baixo – sussurrou uma voz que vinha de uma moita.
- Quem está aí? – perguntou Donna, olhando desconfiada para a moita.
- Sou eu, Jason – disse a voz que vinha dos arbustos.
- Saia já do meu quintal, assombração maldita! – gritou a moça. – Fique sabendo que eu vi todos os Sexta-Feira 13 e sei que é só eu te jogar no lago com uma faca cravada no crânio que...
- Não aquele Jason, sua besta. Sou eu – disse o rapaz, saindo da moita.
- Ah! Espera que eu vou abrir a porta! – e Donna saiu da janela e desceu as escadas, saltitando.

Ao abrir a porta da sala para Jason, Donna sentiu um arrepio em sua coluna: o que seu pai diria se a visse com um rapaz em casa? O pai de Donna, o sargento Lester "skull crusher" Washroom não era um homem de temperamento fácil. Ah, se ele visse Jason sentado em sua poltrona...

- Onde estão seus pais – perguntou o rapaz, abrindo a camisa.
- Eles saíram, mas eu acho melhor você ir embora – disse a moça, olhando fixamente para o peitoral definido do quarterback.
- Diga que você não me quer e eu vou embora – disse o rapaz, puxando Donna pelo braço e beijando-lhe os lábios.

Jason tomou Donna em seus braços e a levou para o quarto de seus pais. Deitou-a na grande cama de casal e começou a beijar o corpo da jovem, que se contorcia de prazer a cada vez que os lábios de Jason tocavam sua carne tenra.

- Seja gentil comigo: é a minha primeira vez – disse a moça entre os dentes.

Mal ela acabou de dizer isso, ouviu a porta da sala se abrir e passos na sala. Jason desesperou-se quando ouviu os passos pela escada, cada vez mais rápidos. Danna apontou para o armário dos pais e Jason, nu, enfiou-se entre as roupas e fechou a porta. Mal acabou de esconder-se quando o pai de Danna entrou pelo quarto, brandindo uma camisa de flanela em uma mão e um revólver na outra.

- Cadê o safado? Cadê o safado que estava querendo te deflorar? – gritou o militar.
- Que safado, papai? Não tem ninguém aqui – disse a menina, ajeitando-se.
- Eu sei que tem alguém aqui. Ele está embaixo da cama? – disse Lester, agachando-se e enfiando a arma embaixo da cama.
- Papai, não tem ninguém querendo me deflorar! – queixou-se a moça, calçando os sapatos.

Neste exato momento, a porta do armário se abriu e Jason caiu, rolando pelo chão e batendo com a cabeça na parede. Lester levantou-se furioso e apontou a arma para o rosto do rapaz.

- Eu te mato! Tentando deflorar a minha filhinha, não é? – disse Lester, entre os dentes. – Faça suas preces, fedelho.
- Ah, pára com isso, papai. Ele é gay – disse Donna, ajeitando os cabelos.
- Ele é gay? – perguntou Lester, confuso.
- Ora, papai... ele acabou de sair do armário na sua frente... – bocejou a moça".

17 de set. de 2004

Preenchendo o espaço

"Desde menina, observar as estrelas era o passatempo favorito de Clair Bontouir. Clair era tão fascinada pelas estrelas que não pensou duas vezes quando assistiu, em sua televisão 3D, uma propaganda de uma empresa que fazia excursões pelo espaço sideral: acessou seu banco virtual em seu computador de pulso e mandou retirar metade dos créditos que ela poupava desde que seus pais mudaram-se para Sedna, em 2142. Clair ia ver as estrelas de perto, mas outro brilho chamou sua atenção: o brilho dos olhos castanhos de Ace Northbolt, o intrépido piloto da Skywalker VI, a nave mais rápida da Via Láctea. E não eram apenas os olhos de Ace que atraíam Clair... os longos cabelos ruivos, a barba por fazer e o sorriso também a fascinavam. Ah, o sorriso de Ace fazia com que a jovem se desintegrasse.

- Onde você quer ir, boneca? Quer ver os anéis de Saturno ou o sol nascer em Vênus? - perguntou o piloto, ajudando Clair a subir no foguete.
- Quero que você me leve à lua, Ace - sorriu Clair para o piloto.
- À lua? Não era mais fácil pegar um táxi lunar, lá na Beira-Mar? - indagou o piloto.
- Esquece, Ace. Leve-me até Urano. - desconversou a moça.

Faltavam 2 horas para chegar a Urano e nada de Ace notá-la. Clair jeitava o cabelo, mexia no decote e nada: o piloto estava completamente concentrado nos medidores e gráficos que apareciam no painel da nave. O desejo a consumia e, como Ace não tomava uma atitude, ela decidiu agir.

- Ace, você sabe falar inglês? - perguntou Clair, dengosa.
- Claro! Eu falo fluentemente cinco idiomas terrestres e mais 2 dialetos marcianos - gabou-se o piloto.
- Então como se diz "eu quero Urano" em inglês? - perguntou Clair, chegando perto do piloto.
- Hmmm... I want Uranus. - respondeu o ruivo.
- Então vem, vem... - Clair beijou-o com aflição.

Ace colocou a nave em piloto automático e enlaçou Clair. Seus corpos se uniram e suas bocas se encontraram mais uma vez. O desejo tomava conta de seus corpos que se espremiam e se apertavam, em louco frenesi. Suas mãos agiam guiadas pela libido e, em um momento que o desejo falou mais alto, Ace puxou Clair pelos quadris e puxou-a na direção de seu rosto, ávido por sentir em sua boca o sabor da jovem, que ao apoiar as mãos no painel da nave, desligou o piloto automático. Clair gemia e apertava as pernas de Ace, mas não era a língua ousada do ruivo que a fez arregalar os olhos, mas sim o perigo iminente mostrado no painel da nave.

- Rápido, Ace: o buraco negro! O buraco negro! - gritou Clair, desesperada.
- Uau! Você é mesmo moderna! - sorriu o piloto".

28 de jul. de 2004

Onde as mulheres têm o cabelo mais crespo

"Poucas coisas agradavam mais a jovem Vitoria Dallman do que sentir em sua alva pele o calor da selva africana. Não que Vitoria desgostasse da Inglaterra, mas a jovem a achava muito fria e cinzenta. A África, sim, a atraía: era colorida, quente, perigosa, excitante - talvez não tão excitante como as pernas musculosas de Kangobi, o jovem nativo que guiava o safari promovido pelo marido de Vitoria, o banqueiro Nigel Dallman. Aliás, o corpo de Kangobi era uma das poucas coisas que fazia a alva pele arder de calor, mais ainda que o clima da selva africana.
- Devemos acampar aqui hoje, senhor Dallman - disse o núbio.
- Mesmo? E por que devemos acampar aqui, mestre Kangobi? - disse Nigel, com a voz carregada de desprezo.
- Estamos próximos do território dos N'ghoma e logo vai anoitecer. É mais seguro acamparmos por aqui hoje e amanhã seguirmos pelo rio - falou Kangobi, plácido.
- Não vejo porque temer esses tais N'ghoma, mas confesso estar cansado. Cansada, minha querida? - Nigel perguntou olhando nos olhos de Vitoria.
- Por demais, meu querido. Existe algo na floresta africana que faz com que eu queira permanecer o dia inteiro na cama - Vitoria disse, hipnotizada pela presença de Kangobi.
A fogueira foi acesa e todos deitaram-se em volta do fogo. Se Nigel não estivesse inconsiente pelo excesso de whisky, estranharia o sono agitado de Vitoria, que rolava de um lado para o outro da cama improvisada. Em seus sonhos, Vitoria era possuída por Kangobi de um jeito animal, violento e que ia contra tudo que a Igreja Anglicana pregava. Vitória despertou, cabelos louros desarrumados e a pele ardendo qual febre de Malária, e correu para o rio, pois precisava que as águas limpas do rio Jantu lavassem a luxúria de sua mente. Ningel podia ser um bêbado esnobe, mas era seu marido e casamento era algo sagrado para Vitoria. Por que diabos tinha que se sentir atraída pelos olhos negros e profundos de Kangobi? Pelo peitoral musculoso de Kangobi? Vitoria precisava se lavar, lavar os pecados de sua cabeça.
- Não é aconselhável banhar-se aqui, sra. Dallman - sussurrou uma voz grave.
- Quem está aí? Não venha aqui, estou nua - disse Vitória, saindo da água tentando cobrir-se.
- Eu estou vendo, sra. Dallman - era Kangobi, que saía de trás dos arbustos.
- Kan... Kangobi? - balbuciou Vitoria, deixando o vestido cair de suas mãos.
- A senhora poderia ter sido devorada por um crocodilo. A senhora não quer ser comida, quer? - perguntou o guia.
- Bem... eu... eu... - Vitoria vacilou. Não sabia como responder aquela pergunta e não conseguia tirar os olhos dos olhos de Kangonbi.
- A senhora está bem, sra. Dallman? - perguntou o núbio.
- Beije-me, Kangobi - Vitoria atirou-se nos braços de Kangobi.
O desejo finalmente venceu o pudor de Vitoria e ela se entregou a Kangobi nas margens do rio Jantu. Ela explorava com as mãos o corpo musculoso do guia e, quando abriu os olhos e olhou por cima do ombro de Kangobi, a expressão de prazer foi substituida por outra, de espanto.
- Corra, Kangobi! É uma mamba negra! Ela vai dar o bote - grita, histérica, a inglesa.
- Calma, sra. Dallman. Deixe-me ensinar-lhe uma coisa ou outra sobre os filhos da África - disse o guia, beijando os lábios de Vitoria".

20 de mai. de 2004

A perdição no templo

"A linda arqueóloga inglesa Nina Hughes estava tendo dificuldades em decifrar a linguagem primitiva que cobria as paredes da recém descoberta tumba do profeta egípcio Ajantir, mas mais difícil do que entender os símbolos antigos era tirar seus belos olhos verdes dos olhos azuis de Peter Smith, seu assistente. Mesmo sob as lentes arredondadas dos óculos, o azul dos olhos de Peter provocava arrepios na coluna de Nina. E não somente os olhos: as mãos hábeis, os cabelos negros, o largo sorriso branco, os lábios carnudos...
- Ah, se eu pudesse encostar meus lábios neles - suspirou a arqueóloga.
- Eu não faria isso se fosse você, srta. Hughes: esses escaravelhos em suas mãos não parecem muito amistosos - disse o assistente.
Nina precisava tirar Peter de sua cabeça e se concentrar nos hieróglifos que cobriam as paredes da tumba: a câmara onde eles se encontravam era o salão onde Ajantir previa o futuro observando o fundo de um urinol e estava cheia de profecias que haviam se cumprido, como a ida do homem à lua, a queda do Império Romano, a final da Copa de 70 e o lançamento do Windows XP. Faltava apenas uma previsão para que o trabalho estivesse concluído, mas os símbolos estavam muito gastos pelo tempo e a presença de Peter deixava Nina inquieta. Ela mordia os lábios, pensando na nudez de Peter.
- Que tesão, srta. Hughes! - disse Peter, por cima do ombro de Nina.
- Não é um privilégio seu, Peter - disse ela, virando-se e beijando-o nos lábios.
- Eu estava me referindo àquela enorme letra gravada na parede, mas deixemos isso de lado - disse o ajudante, deitando Nina em um altar de pedra.
As paredes da tumba de Ajantir foram testemunhas de cânticos e sacrifícios humanos, mas nunca ouviram tanto barulho como quando as coisas esquentaram entre Peter e Nina. Seus corpos rolaram pela tumba empoeirada e os gritos desconexos do casal podiam ser ouvidos por todo o Mediterrâneo. Nina agarrava-se ao corpo de Peter como se sua vida dependesse disso, como se ela estivesse naufragando e o corpo musculoso de seu ajudante fosse sua tábua de salvação.
- Srta. Hughes, você é um verdadeiro achado - gemeu Peter.
- Cale a boca e vá mais fundo, Peter - disse Nina, com os dentes trincados.
- Acho melhor pararmos, srta. Hughes: eu não estou usando preservativos - disse Peter.
Mas Nina não queria saber de nada, queria apenas saciar seu desejo: jogou Peter no chão e subiu em seu colo, fazendo com que o ajudante perdesse o juízo entre suas coxas grossas. Como animais selvagens, eles urravam e gemiam, pouco se importando com o cheiro de mofo ou as estátuas sinistras que decoravam a câmara. Eis que, no exato momento que ambos atingiram o orgasmo, Nina olhou para a parede coberta de caracteres não decifrados e, como mágica, tudo pareceu fazer sentido! Horrorizada com o que leu, Nina começou a gritar:
- Meu Deus! É o fim do mundo! É o fim do mundo! - gritava a moça, vestindo a roupa.
- Também não é para tanto, srta. Hughes. Se nascer, eu juro que assumo - disse Peter, acendendo um cigarro".

13 de abr. de 2004

Ele vai para o trono ou não vai?

"O galopar de um corcel branco e os gritos de sua linda amazona ecoavam nas distantes praias do Lufistão - um pequeno reino localizado no norte da Europa. Mesmo sabendo que poderia por em perigo a honra da família real, a bela princesa Sephira corria como o vento e contra o relógio: em poucas horas Sephira se casaria com o Duque de Blöef, o asqueroso Grueber von Liëcher e seria coroada a rainha do Lufistão, já que a octogenária rainha Angöllia e os outros 74 parentes que poderiam assumir o trono antes de Sephira haviam falecido misteriosamente após o chá das 17 horas. Mas a pressa da linda princesa e as lágrimas que brotavam de seus lindos olhos verdes não eram por causa dos parentes perdidos, mas pelo fato de não poder mais se casar com o seu verdadeiro amor, o simplório pescador Manoel de Almeida. A nobreza lufistanesa não aceitaria nunca se curvar a um pobre pescador estrangeiro - sim, Manoel não havia nascido no Lufistão. Por isso Sephira corria: para passar o máximo de tempo que pudesse com o homem que seu coração havia escolhido.
- Sephira, meu amor! - disse Manoel, abrindo a porta de seu casebre.
- Ó, Manoel; tristes são as novas que trago a seu conhecimento - murmurou a princesa.
- Não entendi patavinas do que disseste, mas acredito que seja algo ruim. Acertei, rapariga? - perguntou o pescador.
- Sim, meu doce Manoel. Tu acertaste: a mão negra da morte golpeou o trono do Lufistão e levou com apenas um golpe todos aqueles que nasceram com o sangue real. Apenas eu, por capricho da morte, fiquei para sofrer castigo pior do que o falecimento: as castas superiores do Lufistão exigem que o Duque de Blöef, o infame Grueber von Liëcher, despose a donzela que ascenderá ao trono - choramingou a linda princesa.-
Hmmm... agora entendo. Tens pena da rapariga que se casará com o careca de monóculo. Bom, azar o dela: nós seremos felizes - Manoel abriu um largo sorriso para Sephire.
- Ó, meu ingênuo amado: não percebes que eu estava falando de mim? - respirou fundo a princesa.
Após 20 minutos, o sangue de Manoel ferveu. Suas veias se encheram de sangue e seu rosto se tornou rubro e seus olhos viraram brasas: ninguém forçaria Sephira a se casar com quem ela não amasse. Seus grandes punhos se cerram e Manoel esmurrou a mesa.
- Ninguém te tomaras de mim, ó cachopa. Eu te prometo! - o rosto de Manoel tornou-se tranqüilo novamente- Agora senta-te ali que eu vou servir-te a janta: fiz umas ostras que são realmente um desbunde - sorriu o pescador.
- Ó, Manoel - disse a princesa, rasgando o vestido - possua-me! Possua-me! Quero ser tua e de nenhum outro homem! - gritou Sephire.
- Bestial! Não é que estas tais ostras são mesmo afrodisíacas? - sorriu o pescador".

14 de fev. de 2004

Escreveu e não leu, o pau comeu

"Quando Emma Guther viu sua carreira de supermodelo ir por água abaixo após Sara Parker - sua maior rival - derrubá-la da passarela em pleno desfile da coleção Primavera-Verão da Vulture Designs, percebeu que precisaria de mais do que um par de pernas bem torneadas para sobreviver: teria que se utilizar de seu intelecto. E quando matriculou-se na faculdade de Letras onde Harry Longspear lecionava, Emma percebeu mais duas coisas: que Harry era o homem mais lindo que ela havia visto em sua vida e que latim não era uma forma de comunicação com os cães.
Emma sentia uma chama arder sua carne toda vez que o sr. Longspear dizia "Bom dia, classe". Enquanto Harry Longspear traduzia expressões como abeas data e et cetera, Emma deixava sua imaginação voar e conduzí-la ao peito cabeludo de Longspear. Imaginava-se afagando aqueles pêlos negros, beijando os lábios de seu professor de latim. Aquela língua, sim, interessava Emma. A volúpia tomava conta da ex-modelo e Emma decidiu que não ficaria na vontade: após a aula ia conquistar o coração do professor Harry.

- Sr. Longspear, posso falar com o senhor um minuto? - disse Emma, com o indicador direito na boca.
- Claro, srta. Guther. Em que posso ajudá-la? - disse Longspear, olhando-a por cima dos óculos.
- Emma - disse a ex-modelo, sorrindo.
- Ema? Onde? Maldita ave corredora! Eu a protegerei srta. Guther - disse Harry, colocando-se à frente de Emma.
- Não, bobinho: Emma é o meu nome... mas você pode me chamar do que você quiser - Emma colocou a mão por dentro da camisa de Harry que, girando nos calcanhares, tomou Emma em seus braços e beijou-a.

Harry Longspear jogou a ex-modelo em cima da mesa e começou a despí-la. A bela nudez de Emma embaçava-lhe a vista: Harry nunca tinha visto tão firmes seios, tão sexy barriguinha , tão rosada...

- Veni vidi vici - disse Harry, beijando Emma com sofreguidão.
- Isso: vici, vici, vici com força - gemeu Emma, em êxtase.
- Alea jacta est - murmurou Longspear, colocando Emma de quatro.
- Pára de falar do blog do Márcio Silva e vici... vici mais rápido - gritou Emma, apertando com força a madeira da mesa de Longspear.

Entre gemidos, tapas e beijos, Harry e Emma chegaram ao orgasmo. Mas quando Harry tentou abraçá-la, Emma pegou seu vestido e começou a se vestir apressadamente.

- Quo vadis? - perguntou Harry, intrigado.
- Tenho que correr: tenho aula de direção com o instrutor Hugecock e hoje eu vou aprender a passar as marchas. Tchau, professor - disse Emma, correndo pelos corredores".

12 de jan. de 2004

A katana do samurai

"Quando a bela escocesa Christinne McBridd decidiu tentar a sorte no Japão, nem sonhava que poderia passar uma noite em uma prisão nipônica, ainda mais por um delito tão bobo: fotografar o monte Fuji com uma câmera da Kodak. Se Chistinne não sonhava em ser prisioneira no Japão, também não sonhava que seria acordada às 3h pelo detetive Shiro Takeda, o homem mais durão da força policial japonesa.
- Levante-se, gaijin - disse o policial.
- O que houve? Vai encrencar agora com o jeito que eu durmo? - resmungou a beldade.
- Soubemos que uma mulher com a sua descrição roubou a espada Kashimura, que foi forjada pelo honorável Hamikari Kashimura há 400 anos. Diga-me o que você sabe sobre a espada. - disse o detetive, aproximando-se de Christinne.
- Eu não sei nada sobre espada nenhuma. - disse a moça.
- Confesse: foi você quem roubou a espada Kashimura - Shiro sussurrou no ouvido de Christinne.
- Nem por todo malte da Escócia, tira! - Christinne gritou.
- Eu conheço mais de mil métodos para fazer você confessar. Mas acho que sei exatamente como soltar a sua língua - disse o policial, puxando Christinne pela cintura e beijando-a na boca.
Christinne tentou lutar, mas por fim acabou se rendendo aos beijos de Shiro. A língua do detetive fazia da boca de Christinne palco para a mais ousada peça de kabuki já encenada em todo o Japão, enquanto as mãos delicadas da escocesa abriam apressadamente os botões da camisa de Takeda. Shiro deitou-a na cama da cela e encaixou-se entre as coxas grossas de Christianne.
- Diga-me o que você sabe sobre a espada, menina - sussurrou Shiro.
- Como é essa tal espada? - gemeu Christinne.
- Ela é grande e perigosa, como toda espada japonesa - disse Shiro, beijando a escocesa.
- Hmmm... não esta aqui - disse Christinne, tirando a mão de dentro da calça do detetive."

18 de dez. de 2003

Diame un Cornetto

"Lisa Howlingthon tinha tudo que qualquer mulher gostaria de ter: era jovem, linda e rica e era casada com Theodore Goll, um playboy bilionário, dono de uma grande gravadora especializada em country music. Tudo ia bem na vida de Lisa até que ela encontrou Theodore bebendo champagne no umbigo de Dolly Mae Comphill, a maior cantora de country que já surgiu em Wisconsin. Com lágrimas vertendo de seus olhos esmeralda, Lisa atirou longe sua aliança e abdicou de seu casamento e seus vestidos caros, seus carros e de todo o luxo que a vida de bilionária pudesse lhe oferecer. Lisa decidiu então que era hora de começar vida nova, longe de Wisconsin, longe de tudo. E que lugar melhor do que Roma para começar de novo? Era longe, tinha cultura, diversão e homens em ternos Armani. Então Lisa pegou o primeiro vôo para sua nova vida. O ínicio foi difícil, mas ser balconista da pizzaria Mama Mia não era o pior: dificil mesmo era tirar os olhos de Paolo Binetti, o pizzaiolo que fazia com que o Lisa tivesse sonhos mais quentes do que o forno da pizzaria. E ela resistiu bravamente até o dia que esqueceu a bolsa na pizzaria e, quando abriu a loja, encontrou Paolo nu, assando uma pizza de frango com catupiry.

- Cazzo! Eu não sabia que tinha alguém aqui - disse Paolo, cobrindo-se.
- Eu perdi a minha bolsa, mas acho que encontrei coisa melhor - respondeu Lisa, inclinando a cabeça e olhando para Paolo.
- O que você quer pelo seu silêncio, bella? - disse Paolo, aproximando-se de Lisa.
- Quero conhecer a Torre de Pisa - disse a balconista, beijando os lábios de Paolo.

As mãos firmes do italiano agarravam as ancas de Lisa, enquanto a moça, sentada no colo do pizzaiolo, gemia e dizia coisas ininteligíveis. Arranhando as costas de Paolo, Lisa alcançou o seu primeiro orgasmo em solo italiano. E sem ter comido lasagna.

- Ai, Paolo: eu quero que você me amasse como massa de pizza. Amassa, amassa... - gemeu a ex-bilionária.
- Como está quente o seu forno... a minha massa está crescendo, crescendo... - sussurrou o italiano.

Por cima da bancada da pizzaria eles rolaram e se amaram várias vezes, cobertos de farinha, calabreza e orégano. As pernas bem torneadas de Lisa Howlingthon enlaçavam a cintura de Paolo, que urrava de prazer sobre o corpo da balconista.

- Siete una più bella signora. É como a Vênus de Milo, mas com os braços - gemeu o pizzaiolo.
- Ainda bem que você não é uma réplica exata da estátua de Davi - disse Lisa, beijando Paolo".

26 de nov. de 2003

Loucuras no divã

"Que não estava muito boa da cabeça, Laura Jeauperoux já sabia. Mas nunca imaginou que um dia estaria aos beijos e abraços com o Dr. Pierre Vessaneau, uma das maiores autoridades em psiquiatria em toda a França. Não que ela não estivesse gostando da idéia: apesar da postura serena Pierre Vessaneau era um verdadeiro furacão, com mãos ávidas que exploravam minuciosamente a alva carne de Laura. E os beijos? Ah, os beijos... a língua do psiquiatra passeava pela boca de Laura, fazendo com que ela esquecesse de tudo, inclusive que estava no consultório do Dr. Vessaneau.
- Doutor, acho melhor pararmos agora - gemeu a moça.
- E interromper este magnífico progresso? - retrucou o psiquiatra.
- Mas o que os outros pacientes vão pensar de nós? - perguntou Laura.
- Ah, depois eu aumento a dose de Gadernal deles - sussurrou o terapeuta.
Os lábios de Pierre imprensavam os de Laura. Enlaçando o corpo do Dr. Vessaneau entre suas pernas bem torneadas, a moça arranhava as coisas do psiquiatra, dizendo coisas sem sentido.
- Você está gozando ou é outra crise? - indagou o médico.
- Cala a boca e me Freud - urrou a Laura, beijando os lábios carnudos de Pierre".

10 de nov. de 2003

O cabo bi-direcional

“Quando ofereceu-se para esperar o funcionário da provedoria de internet, que iria instalar a conexão de banda larga no escritório, Betty Masters esperava encontrar um rapazola de óculos de aro grosso e com o rosto coberto de espinhas, não um príncipe de ébano como Thyrone Ritchmore. Aqueles bíceps definidos pareciam que iam estourar a camiseta do núbio e tirar os olhos amendoados de Betty de suas órbitas.
- Onde posso colocar isto? – perguntou o técnico, mostrando uma chave de fenda.
- Você pode colocar essa ferramenta enorme onde você quiser, lindão – sussurrou a secretária.
O corpo da secretária tremia e suava, enquanto Betty sonhava em sentir os pêlos do peito másculo de Thyrone contra os seus seios. Não se contendo diante da beleza do técnico, Betty arrancou suas roupas e atracou-se com Thyrone, beijando-o frenéticamente.
- Mas e se alguém aparecer, Betty? – perguntou Thyrone.
- Eu digo que você está testando o disco rígido – gemeu a secretária.
Thyrone arrancava gritos de dor e prazer de Betty cada vez que movimentava seus quadris. As pernas bem torneadas de Betty Masters enlaçavam o núbio pela cintura, enquanto as grandes mãos de Thyrone afagavam gentilmente os cabelos negros da secretária.
- Oh, Thyrone... insere, insere todos os seus dados em mim – urrou Betty.
- Meu Deus, Betty. Você está me enlouquecendo – gemeu o rapaz.
- Isso, meu técnico: conecta, desconecta, conecta... ei! Já acabou? - queixou-se a secretária.
- Sabe como é, Betty: com banda larga, a transferência de arquivos... é bem rápida – respondeu Thyrone, cabisbaixo.
- Humpf! E o panfleto ainda me garantiu satisfação total – resmungou a secretária”.

23 de out. de 2003

Galinheiro das paixões

"A veterinária Sally Mae Parker sabia que não devia ter aceitado trabalhar para o seu tio, o milionário avicultor Samuel J. Parker: assim que seus olhos se cruzaram com os olhos verdes do capataz, o ruivo Bubba Bob Bo Smith, Sally Mae soube que se meteria em confusão. Por mais que tentasse, Sally Mae não conseguia desviar seu olhar daqueles músculos definidos pelo trabalho duro da fazenda, daquela pele queimada do sol. Ainda mais quando encontrou Bubba Bob Bo sentado no fundo do galinheiro, segurando o pinto com as duas mãos.
- Boa tarde, srta. Sally Mae! Este acabou de chocar! - disse o caipirão.
Sally Mae não conseguiu se controlar e jogou-se no colo de Bubba Bob Bo. O caipira espantou-se de início, mas logo começou a corresponder às carícias ousadas da veterinária, que mordeu o lóbulo da orelha do capaz e sussurrou:
- Você não sabe o que é ficar o dia inteiro rodeada por pintos e perus, Bubba - disse a moça.
- Bem, eu passo o dia com as galinhas e nunca pulei no colo de ninguém - respondeu o caipira.
- Ah, Bubba Bob Bo... nunca pensei que um dia fosse beijar a sua boca e segurar estes ovos - gemeu Sally Mae.
- Eu acho melhor a srta. largar os ovos ... a carijó está olhando de cara feia - disse o rapaz.
Sally Mae já não sabia o seu nome, onde morava e o que estava fazendo. O calor subia pelas suas pernas, a envolvia de forma que Sally Mae sentia-se envolta em veludo e era tão bom, tão grande, tão irresistível que ela sentia algo vindo, vindo, vindo, vindo...
- Bubba Bob Bo?! O que você está fazendo com essa... horrosa??? - gritou Samuel J. Parker.
- Nada... nada... não era nada, patrão - disse o caipira enquanto se cobria.
- Era só o que me faltava: um avicultor que solta a franga - suspirou a veterinária".

11 de jun. de 2003

Ajoelhou, tem que rezar

"Justine Perroult pensou que ao fugir de Paris sob o manto da madrugada e entregar seu coração a Jesus Cristo no convento da Ordem das Irmãs Agraciadas em Nantes, conseguiria livrar seu pensamento da imagem de Matt Bluffshire, o engenheiro inglês que tirava seu sono e o de seus pais na Cidade Luz. Não que ela o desprezasse, pelo contrário: mesmo o fato de Matt ter projetado a casa que desmoronou e matou sua querida avó soterrada, Justine ainda o amava de todo o coração. Mas ela era francesa e ele era inglês, e a severa família Perroult não iria aprovar o relacionamento. Por isso Justine resolveu fugir: para não ter que optar entre seu amor e sua família. Mas descobriu que estava completamente enganada em pensar que estava longe de Matt quando acordou com alguém alisando suas pernas.
- Hmmm... Matt?Matt? Matt!!! - disse, Justine, despertando.
- Depois eu que esqueço as preliminares - resmungou o engenheiro.
- Deixa de ser besta, Matt. O que você faz aqui? - perguntou Justine.
- Não aguentei ficar sem você, Justine - Matt disse sorrindo.
- Você não mudou nada desde que nos separamos - disse Justine, sorrindo.
- Nem você, amor: quantas vezes já pedi para você raspar o sovaco? - respondeu o inglês.
O clima romântico da conversa foi quebrado por três batidas na porta da cela. O pior pesadelo de Justine estava acontecendo: era a Madre Superior que queria lhe falar. A freirinha congelou: sabia que não podia ser encontrada com um homem em sua cela. Se a Madre Superiora os encontrasse, eles poderiam ser excomungados e o que ela mais temia, além da ira de seus pais e da Madre, era a ira de Deus, da Madre e de seus pais, tudo junto e embrulhado para presente. Tinha que pensar rápido em alguma coisa.
- Rápido, Matt: vista aquilo - Justine sussurrou, apontando para uma veste negra.
- Eu não vou trajar isto! Eu não uso vestido - resmungou o engenheiro.
- É um hábito - corrigiu a freirinha.
- Hein? - Matt espantou-se.
- É um hábito!!! - silvou Justine.
- Só se for um hábito entre vocês, fraceses... - reclamou Matt".

29 de mai. de 2003

Você não passa de um dromedário otário

"Assim que saiu do conforto do lar decidida a ganhar o mundo, a bela inglesa Elizabeth Glowdown sabia que perigos cruzariam seu caminho, mas não imaginava que seria a escolhida do sultão do Alfajorquistão, Ali Al Kaput, e que o perigo teria olhos mais negros que as profundezas do espaço e se chamaria Enfi Balahaus, o vizir. Elizabeth nunca pensou que, na véspera de seu casamento com Al Kaput, seria acordada tarde da noite por Balahaus, completamente bêbado, abrindo a porta de seu quarto.

- O que queres aqui? – perguntou Elizabeth, cobrindo-se com o leçol.
- Quero vinho. Sei guardas bebidas aqui, mulher – disse Balahaus.
- Achas que meu quarto é botequim, vizir? Meu vinho acabou ontem. Não há bebida alguma aqui, sr. Balahaus – disse Elizabeth.
- Chame-me Enfi. Somos amigos, não? – sorriu Balahaus.

À medida que Balahaus se aproximava, Elizabeth Glowdown sentia seu coração bater mais forte. Ela sabia que se fosse pega com outro homem em seus aposentos teria sua língua arrancada, os olhos furados, os dedos apertados por um alicate de pressão, o pé direito enfiado no liqüidificador Wallita e o pé esquerdo devorado por formigas. E isso porque o sultão era um boa-praça! Mas, mesmo sabendo da punição, ela queria a presença de Enfi Balahaus em seus aposentos. Desejava aquele corpo queimado do sol do deserto, desejava passar horas passando Kérastase na longa barba negra de Balahaus... mas não podia. Ela deveria permanecer intacta, virgem.

- Não, não somos amigos. E saia do meu quarto – disse Elizabeth, decidida.
- Ninguém me escorraça e sai vivo, mulher! – grunhiu Balahaus, sacando sua cimitarra.

Elizabeth tentou lutar, mas Balahaus cobriu-lhe a boca com as mãos. A ponta da cimitarra abriu suas vestes, revelando aos olhos de Balahaus a alva nudez da inglesa. Nunca Enfi Balahaus havia contemplado tamanha beleza. Elizabeth sentia arrepios de prazer nos pontos tocados pelo aço gelado da cimitarra de Balahaus.

- Der-me-ás teu vinho, mulher? – perguntou Balahaus.
- Já disse que não tenho vinho algum, vizir – respondeu Elizabeth, em êxtase.

Enfurecido, Balahaus tirou suas vestes e encaixou-se entre as pernas de Elizabeth, encostando com força a lâmina da cimitarra no pescoço da donzela. O vizir apertou o punho da arma enquanto ajeitava seu sexo contra o sexo de Elizabeth.

- Vais morrer sem honra por mentir para mim, cadela – rosnou Balahaus.
- Não! Solte-me, por favor! – choramingou Elizabeth.
- Então responda-me: acabou o vinho ou ainda há mais?
- Enfi, há mais. Enfi, há mais! – desesperou-se Elizabeth.
- Rameira!!! – gritou Balahaus, esbofeteando Elizabeth".

21 de mai. de 2003

Aplica tudo!

"Eram 18h, mas ainda havia gente na agência bancária: Marie Kate Oller-Smith e Chester Dimblegeyer davam asas à libido encostados à porta do cofre. Marie Kate não conseguia resistir às carícias daquele homem de olhos azuis e cabelos negros, que imprensava seu corpo contra a porta de 60cm de aço-titânio do cofre-forte. As mãos másculas do gerente apertavam as coxas torneadas de Marie Kate, fazendo-a morder os lábios de desejo, enquanto subiam para dentro do vestido.

- E se alguém aparecer por aqui? – disse Marie Kate, entre gemidos.
- Digo que estou no meio de uma aplicação – balbuciou Chester.

Chester acariciava os mamilos intumescidos de Marie Kate, com a habilidade com a qual contava as notas de £50,00. Marie Kate sabia que o que estava fazendo era errado mas não conseguia parar: quanto mais pensava que não podia se entregar a Chester Dimblegeyer, o homem que havia tomado o emprego de seu pai e atirado seu nome na lama, mais se agarrava ao corpo musculoso daquele homem que a fazia subir às nuvens com sua língua áspera. De repente, Chester a jogou em cima de uma mesa e, enquanto a fazia sentir sua virilidade, Marie Kate só pensava: “como esse bancário entende de poupança”.

- Não pare, por favor não pare –gemeu Marie Kate.
- Isso... movimenta, movimenta – balbuciou Chester.
- Oh, Chester: como você pode ser tão bom de cama? – perguntou Mary Kate.
- É que sexo prá mim é como um cálculo de lucro – disse Chester.
- Oh, Chester: como assim? – disse Marie Kate, em êxtase.
- Trata-se de tirar o líquido do bruto – disse Chester, sorrindo".

15 de mai. de 2003

Moço, encha o meu tanque

"As grandes mãos de Phöd Sigporson, o frentista alemão do posto de gasolina, corriam pelas costas de Suzette O’ Brief, a filha mais velha do patriarca da família mais rica que o sul da Europa já viu, provocando arrepios nos pontos mais inesperados de sua anatomia. Suzette enlouquecia deitada sobre o capô de seu Porsche 913 GT Turbo, pernas enlaçando a cintura de Sigporson. Seu corpo esguio parecia argila sendo moldada pelas mãos fortes daquele deus louro. A boca, entregue aos beijos daquele homem que a fazia sentir calor e umidade em suas partes íntimas.
- Traurig, Suzette... Phöd Sigporson bebeu muita cerveja hoje! Sabe como é, nein?
A carne de Suzette tremia enquanto Sigporson beijava seus lábios e bolinava seus seios com as mãos cheirando a gasolina. Espasmos de prazer seguiam de sua nuca à ponta de seus pés em uma velocidade tão grande que Suzette pensava que ia ser incinerada pelo calor do alemão. Mas ela não podia continuar: estava noiva de Stevie Johnson, o campeão mundial de snooker, e o casamento seria naquela noite. Por mais que quisesse, Suzette estava prometida e não poderia se entregar aos afagos de Phöd Sigporson.
- Oh, Phöd... pare... Phöd... pare... por favor, Phöd, pare...
- Uma coisa ou outra, fräunlein... uma coisa ou outra....".