13 de abr. de 2004

Ele vai para o trono ou não vai?

"O galopar de um corcel branco e os gritos de sua linda amazona ecoavam nas distantes praias do Lufistão - um pequeno reino localizado no norte da Europa. Mesmo sabendo que poderia por em perigo a honra da família real, a bela princesa Sephira corria como o vento e contra o relógio: em poucas horas Sephira se casaria com o Duque de Blöef, o asqueroso Grueber von Liëcher e seria coroada a rainha do Lufistão, já que a octogenária rainha Angöllia e os outros 74 parentes que poderiam assumir o trono antes de Sephira haviam falecido misteriosamente após o chá das 17 horas. Mas a pressa da linda princesa e as lágrimas que brotavam de seus lindos olhos verdes não eram por causa dos parentes perdidos, mas pelo fato de não poder mais se casar com o seu verdadeiro amor, o simplório pescador Manoel de Almeida. A nobreza lufistanesa não aceitaria nunca se curvar a um pobre pescador estrangeiro - sim, Manoel não havia nascido no Lufistão. Por isso Sephira corria: para passar o máximo de tempo que pudesse com o homem que seu coração havia escolhido.
- Sephira, meu amor! - disse Manoel, abrindo a porta de seu casebre.
- Ó, Manoel; tristes são as novas que trago a seu conhecimento - murmurou a princesa.
- Não entendi patavinas do que disseste, mas acredito que seja algo ruim. Acertei, rapariga? - perguntou o pescador.
- Sim, meu doce Manoel. Tu acertaste: a mão negra da morte golpeou o trono do Lufistão e levou com apenas um golpe todos aqueles que nasceram com o sangue real. Apenas eu, por capricho da morte, fiquei para sofrer castigo pior do que o falecimento: as castas superiores do Lufistão exigem que o Duque de Blöef, o infame Grueber von Liëcher, despose a donzela que ascenderá ao trono - choramingou a linda princesa.-
Hmmm... agora entendo. Tens pena da rapariga que se casará com o careca de monóculo. Bom, azar o dela: nós seremos felizes - Manoel abriu um largo sorriso para Sephire.
- Ó, meu ingênuo amado: não percebes que eu estava falando de mim? - respirou fundo a princesa.
Após 20 minutos, o sangue de Manoel ferveu. Suas veias se encheram de sangue e seu rosto se tornou rubro e seus olhos viraram brasas: ninguém forçaria Sephira a se casar com quem ela não amasse. Seus grandes punhos se cerram e Manoel esmurrou a mesa.
- Ninguém te tomaras de mim, ó cachopa. Eu te prometo! - o rosto de Manoel tornou-se tranqüilo novamente- Agora senta-te ali que eu vou servir-te a janta: fiz umas ostras que são realmente um desbunde - sorriu o pescador.
- Ó, Manoel - disse a princesa, rasgando o vestido - possua-me! Possua-me! Quero ser tua e de nenhum outro homem! - gritou Sephire.
- Bestial! Não é que estas tais ostras são mesmo afrodisíacas? - sorriu o pescador".

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