17 de set. de 2004

Preenchendo o espaço

"Desde menina, observar as estrelas era o passatempo favorito de Clair Bontouir. Clair era tão fascinada pelas estrelas que não pensou duas vezes quando assistiu, em sua televisão 3D, uma propaganda de uma empresa que fazia excursões pelo espaço sideral: acessou seu banco virtual em seu computador de pulso e mandou retirar metade dos créditos que ela poupava desde que seus pais mudaram-se para Sedna, em 2142. Clair ia ver as estrelas de perto, mas outro brilho chamou sua atenção: o brilho dos olhos castanhos de Ace Northbolt, o intrépido piloto da Skywalker VI, a nave mais rápida da Via Láctea. E não eram apenas os olhos de Ace que atraíam Clair... os longos cabelos ruivos, a barba por fazer e o sorriso também a fascinavam. Ah, o sorriso de Ace fazia com que a jovem se desintegrasse.

- Onde você quer ir, boneca? Quer ver os anéis de Saturno ou o sol nascer em Vênus? - perguntou o piloto, ajudando Clair a subir no foguete.
- Quero que você me leve à lua, Ace - sorriu Clair para o piloto.
- À lua? Não era mais fácil pegar um táxi lunar, lá na Beira-Mar? - indagou o piloto.
- Esquece, Ace. Leve-me até Urano. - desconversou a moça.

Faltavam 2 horas para chegar a Urano e nada de Ace notá-la. Clair jeitava o cabelo, mexia no decote e nada: o piloto estava completamente concentrado nos medidores e gráficos que apareciam no painel da nave. O desejo a consumia e, como Ace não tomava uma atitude, ela decidiu agir.

- Ace, você sabe falar inglês? - perguntou Clair, dengosa.
- Claro! Eu falo fluentemente cinco idiomas terrestres e mais 2 dialetos marcianos - gabou-se o piloto.
- Então como se diz "eu quero Urano" em inglês? - perguntou Clair, chegando perto do piloto.
- Hmmm... I want Uranus. - respondeu o ruivo.
- Então vem, vem... - Clair beijou-o com aflição.

Ace colocou a nave em piloto automático e enlaçou Clair. Seus corpos se uniram e suas bocas se encontraram mais uma vez. O desejo tomava conta de seus corpos que se espremiam e se apertavam, em louco frenesi. Suas mãos agiam guiadas pela libido e, em um momento que o desejo falou mais alto, Ace puxou Clair pelos quadris e puxou-a na direção de seu rosto, ávido por sentir em sua boca o sabor da jovem, que ao apoiar as mãos no painel da nave, desligou o piloto automático. Clair gemia e apertava as pernas de Ace, mas não era a língua ousada do ruivo que a fez arregalar os olhos, mas sim o perigo iminente mostrado no painel da nave.

- Rápido, Ace: o buraco negro! O buraco negro! - gritou Clair, desesperada.
- Uau! Você é mesmo moderna! - sorriu o piloto".

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