27 de jan. de 2005

Nas profundezas do Ártico

“Ivana Gosperoff conhecia cada milha do oceano Ártico e era conhecida por ser mais fria do que as águas do oceano polar. Com seus belos e gélidos olhos azuis, a capitã-tenente Gosperoff comandava a tripulação do Camarada Lênin, o submarino nuclear que patrulhava o norte da Rússia, guardando a fronteira com a Suécia. Seu ar sério rivalizava apenas com sua beleza. Por mais que os marinheiros do Camarada Lênin cobiçassem tocar o belo corpo alvo de Ivana ou acariciar seus cabelos negros como o caviar Beluga, ninguém se atrevia a se aproxima mais do que dois passos de distância dela, pois sabiam que podia ser a última vez que sentiriam a mão no fim do antebraço. Quase ninguém, pois havia Yuri Nigarov, com seu rosto endurecido pela guerra. Yuri era um almirante e fora destituído do posto de comandante do Camarada Lênin após um ataque equivocado que resultou na morte de 2.000 pessoas que faziam um cruzeiro gay pelo Ártico. Mesmo perdendo o cargo para Ivana, Yuri era o único que ousava questionar as ordens da nova comandante do Camarada Lênin. E não foi muito diferente quando um barco de pesca foi detectado pelo radar do submarino.

- Devemos afundá-los! – berrou Yuri, entrando na sala de comando.
- É apenas um barco de pesca – disse Ivana, com frieza.
- É uma armadilha daqueles malditos americanos – rugiu o militar.
- Sem ofensas, almirante, mas este é o meu submarino e eu não vou afundar um barco de pesca por causa dessa sua paranóia – Ivana falou, olhando nos olhos duros de Yuri.
- Não sou paranóico! Os malditos americanos mataram minha família em um ataque marítimo e jurei nunca mais permitir que isso aconteça! – Yuri falou baixo.
- Pela milésima vez, almirante: não foi um ataque, foi uma fatalidade. O senhor acha que alguém ia atacar a nossa costa com uma pirâmide de esquiadores aquáticos? – Ivana disse, ajeitando o quepe. – Não vamos afundá-los.
- Pois eu vou torpedeá-los pessoalmente! – Yuri gritou e correu para a sala de torpedos.

Ivana perseguiu Yuri até a sala de torpedos. Temia que o almirante afundasse o pesqueiro e causasse um incidente diplomático. Quando Yuri afundou o cruzeiro gay, as relações entre Rússia e Argentina ficaram estremecidas. Na época, Yuri era o comandante e ela apenas o imediato. Mas hoje Ivana era a comandante e não seria culpada por um escândalo internacional. Impediria Yuri a qualquer custo.

- Parado, almirante – Ivana disse, com a pistola fora do coldre, apontada para Yuri.
- Você não ousaria – Yuri falou, após carregar o lançador de torpedos. – Você acha que pode atirar no homem que você ama? – disse, rindo.
- Você devia parar com a vodka, almirante – Ivana disse, engatilhando a arma.
- Pois eu a desafio a atirar – Yuri puxou o braço de Ivana e a beijou.

Ivana não ofereceu resistência. Durante anos, desejou Yuri e agora, naquela apertada sala de torpedos, realizava seu sonho de estar entre os braços do almirante russo. Suas mãos agarraram-se à farda do militar, enquanto os lábios de Yuri beijavam o pescoço da bela russa. Seus corpos suavam, entregues ao calor da paixão.

- No meu submarino eu dou as ordens – sussurrou Ivana.
- E quais são as suas ordens, comandante? – Yuri disse, enquanto beijava Ivana.
- Subir periscópio – Ivana sussurrou, entre gemidos”.

4 comentários:

Caixa de Pandora disse...

Ai, ai, eu sou muito jubrinanca...
Gostei.

Silvia Whatever disse...

Cruzeiro gay argentino foi o melhor hahahhaha.

Eu amo Jubrinanca.

Anônimo disse...

muuuuito bom!!!!!
to me matando de rir!

Ivana Ivanova disse...

hahahahaha ... a arte quase imitou a vida ... a minha vida ... hahaha .. bom demais!